quinta-feira, 17 de maio de 2012

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Caramujo Africano (Achatina fulica)


  • Nome Popular Caramujo-africano, acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano, rainha-da-áfrica, falso-escargot
  • Nome Científico: Achatina fulica
  • Família: Helicidae
  • Filo: Mollusca
  • Partes Afetadas: Folhas, flores, frutos, caule
  • Sintomas: Partes das plantas roídas, rastros de secreção sobre as plantas e vasos

O caramujo-africano é uma espécie considerada praga em diversos países no mundo todo. Foi introduzido ilegalmente no Brasil na década de 80, com o intuito de oferecer um susbtituto mais interessante economicamente e de maior peso que o escargot verdadeiro (Helix aspersa). Em pouco tempo de criação se verificou que o animal não tinha boa aceitação pelo mercado consumidor brasileiro, o que provocou a desistência da maioria dos criadores, que se desfizeram dos animais de forma errônea: liberando os caramujos em jardins, matas ou simplesmente colocando-os no lixo.
Estes caramujos não encontraram predadores naturais à sua altura e se multiplicaram rapidamente, invadindo diversos tipos de ecossistemas brasileiros. Como são hermafroditas (possuem os dois sexos em um mesmo animal) e realizam a autofecundação, basta apenas um indivíduo para que a praga se alastre, afinal são cerca de 400 ovos ano ao por caramujo.


O caramujo-africano é um molusco grande e escuro, com até 15 cm de comprimento e 200 gramas de peso. Sua concha é alongada e cônica, com manchas claras. Ele não deve ser confundido com os moluscos brasileiros. Os nativos aruás-do-mato (Megalobulimus sp) têm importante papel ecológico, além de servirem de alimento e como matéria prima no artesanato dos índios. Eles têm a borda da abertura da concha espessa, enquanto que o caramujo-africano tem esta borda cortante.
Megalobulimus sp, espécie nativa.
Os caramujos-africanos são conhecidos por serem hospedeiros de duas espécies de verminoses que acometem os seres humanos. A angiostrongilíase meningoencefálica, causada pelo Angiostrongylus cantonensis e angiostrongilíase abdominal, cujo agente é o Angiostrongylus costaricensis. Apesar da angiostrongilíase abdominal ser ocasionalmente diagnosticada no Brasil, geralmente ela está relacionada com outros hospedeiros, entre caracóis e lesmas, que não incluem o caramujo-africano. No entanto, estas doenças são bons argumentos para que o controle do caramujo-africano seja mais efetivo.

Angiostrongylus cantonensis: responsável pela angiostrongilíase meningoencefálica, de sintomas variáveis, mas muitas vezes fatal;

Angiostrongylus costaricensis - responsável pela angiostrongilose abdominal, doença que provoca perfuração intestinal, de sintomas semelhantes aos da apendicite.
A invasão do caramujo-africano é atualmente muito mais relevante no aspecto ecológico do que no agrícola ou sanitário. Este caramujo está invadindo ecossistemas e ocupando um lugar que não é seu. Reduzindo assim a diversidade de espécies. Além de devorar folhas, flores e frutos, causando um enorme estrago em plantas de importância agrícola, ornamental e ecológica ele também é canibal, alimentando-se de ovos e jovens caracóis de sua mesma espécie, como forma de obter cálcio para sua concha em ambientes com escassez deste elemento.


Este caramujo é resistente a períodos de seca, além de ser bastante ativo no inverno. Como outros caracóis, ele aprecia a umidade e a sombra, se locomovendo e se alimentando mais à noite e em dias nublados e chuvosos. É capaz de escalar muros e árvores e desta forma transpor de um terreno a outro.
Ao se depararem com infestações de caramujo-africano, as pessoas logo pensam em venenos para controlá-los. Infelizmente os caracóis e lesmas em geral são muito resistentes a venenos e os únicos produtos comerciais disponíveis que se mostram um pouco eficientes (metaldeídos), demonstram elevada toxicidade para os seres humanos e outros animais, de forma que a utilização de pesticidas não é o método de controle atual mais indicado para estes moluscos.
A pesquisas de substâncias eficientes têm se revelado muito importantes neste sentido. A cafeína por exemplo, estudada pelos americanos Robert Hollingsworth, Jonhn Armstrong e Earl Campbel apresenta resultados interessantes. Assim como o látex da coroa-de-cristo (Euphorbia splendens hislopii), que está sendo testado no combate ao caramujo-gigante-africano pela equipe coordenada pelo pesquisador Maurício Vasconcellos.
O controle do caramujo-africano consiste na catação e destruição dos caramujos. Jamais coloque-os no lixo, pois estará disseminando o problema. Também não coloque sal nos animais pois assim contaminará o solo. O preconizado é o seguinte:
  • Utilize luvas descartáveis, ou sacolas plásticas nas mãos, para pegar e manusear os animais
  • Proteja a pele e as mucosas: não coma, fume ou beba durante o manuseio do caramujo
  • Coloque os caramujos em dois sacos plásticos e quebre suas conchas, pisando em cima
  • Enterre-os em valas com pelo menos 80 cm de profundidade, longe de cisternas, poços artesianos ou do lençol freático
  • Aplique cal virgem sobre os caramujos quebrados (cuidado, a cal queima a pele)
  • Feche a vala com terra
  • Retire as luvas e lave muito bem as mãos após isso
É possível também utilizar iscas atrativas, que facilitam a catação. Papas de farelo de trigo com cerveja atraem caramujos a metros de distânica. Cascas de frutas e legumes, estopas embebidas em cerveja ou leite, assim como simples pedaços podres de madeira que lhes servem de abrigo. Verifique as iscas diariamente e não esqueça de protegê-las da chuva e do sol. Coloque-as em locais úmidos e frescos. Preferencialmente sobre a terra. Manter o jardim limpo de folhas mortas e frutos caídos também irá afastar os bichos, e desta forma ainda estará prevenindo outras doenças e pragas, como podridões de origem fúngica e bacteriana, moscas-das-frutas, etc. Não esqueça: as pragas só vivem e se multiplicam onde lhes é oferecido abrigo, comida e água.
O Instituto Oswaldo Cruz disponibiliza atendimento e informações sobre o caramujo-africano pelo telefone             (21) 2598-4380       ramal 124.

Fonte: Adaptado, www.jardineiro.net

terça-feira, 15 de maio de 2012

Consulta Pública - Criação de UC's


AVISO DE CONSULTA PÚBLICA para CRIAÇÃO DE UCs
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio convida: ÓrgãosAmbientais, Entidades Públicas Federais, Estaduais e Municipais, Organizações Não Governamentais, Proprietários de Terras, Representantes dos Setores Produtivos e a Comunidade em geral para participarem das consultas públicas para discussão da proposta da:

Criação da Área de Proteção Ambiental do Banco dos Abrolhos abrangendo os municípios de Belmonte, Santa Cruz Cabrália, Porto Seguro, Prado, Alcobaça,Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri no estado da Bahia e Conceição da Barra, São Mateus e Linhares no estado do Espírito Santo;

Ampliação do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, abrangendo os municípios de Caravelas, Alcobaça, Nova Viçosa e Mucuri no Estado da Bahia;

Criação do Refúgio de Vida Silvestre Baleia Jubarte, abrangendo os municípios de Conceição da Barra, São Mateus e Linhares no estado do Espírito Santo e a

Criação da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Foz do Rio Doce abrangendo os municípios de Linhares e Aracruz no estado do Espírito Santo. As reuniões acontecerão nos municípios, datas, horários e locais descritos a seguir:

· Município de Porto Seguro/BA: * 16 de Maio de 2012, às 18:00 horas, na Casa da Cultura, Rua XV de novembro s/n - Bairro Pacatá;

· Município de Caravelas/BA: * 17 de Maio de 2012, às 16:00 horas, na Sede do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, localizado na Praia do Kitongo, s/n;

· Município de São Mateus/ES:* 18 de Maio de 2012, às 16:00 horas, no Auditório do SESC, localizado na Rua Coronel Constantino Cunha, 1738 -Bairro Chácara do Morro e

· Município de Linhares, distrito de Regência: * 19 de Maio de 2012, às14:00 horas, no Centro Ecológico de Regência - Projeto TAMAR, localizado na Rua Espírito Santo s/nº, Regência.

Qualquer manifestação sobre estas propostas deverão ser enviadas por correio eletrônico para consultapublica@icmbio.gov.br ou por correspondência para: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Diretoria de Criação e Manejo de Unidades de Conservação - DIMAN, Coordenação de Criação de Unidades de Conservação - COCUC, endereço: EQSW 103/104, Bloco D, Complexo Administrativo, Setor
Sudoeste - Brasília/ DF. CEP: 70.670-350.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Descoberta em Águas Capixabas!!!



No dia 13/4 pesquisadores da UFES ( Ictiolab) e do projeto Meros do Brasil fizeram uma incrível expedição ao sul do banco dos Abrolhos, exatamente em frente a desembocadura do Rio doce, 40 milhas da costa. Lugar anteriormente não visitado. Lá fizeram três mergulhos a profundidades mesofóticas.

Foram identificadas 39 espécies sendo que dentre elas uma está neste momento sobre descrição (Serranus sp., ), uma delas não temos ideia do que seja, uma espécie de gobidae ainda não identificada e um novo registro para a costa (Pseudogramma gregoryi ) .

Fora as interessantes aparições, encontramos uma biomassa para a região da plataforma continental antes nunca avistada por nós, indivíduos enormes de todas as espécies. Além de Importante registro para o ES da espécie invasora coral sol (foto anexo, que identifiquei sendoTubastraea tagusensis).

O financiamento dos custos básicos necessários para o levantamento de todas essas informações importantíssimas, foi proveniente de recursos restantes de outros projetos relacionados ao projeto Meros do Brasil  e da OSCIP Associação Ambiental Voz da Natureza.

O litoral Capixaba representa um mosaico de estruturas geomorfológicas e biológicas (i.e. limite das estruturas de recife de coral, patch reefs, início do afloramento cristalino na região costeira, extensos campos de rodolitos, bancos de laminárias e a Cadeia de montanhas submarinas Vitória-Trindade),  um "Gap"  para a ciência de um modo geral, sendo um campo extenso para novas descobertas e prioridade para a conservação. Apesar do litoral capixaba representar toda esta biodiversidade, ainda muito pouco é investido nas pesquisas científicas.

Em contrapartida, a cada dia é maior o investimento na estruturação econômica, sendo nosso litoral e plataforma continental foco importantíssimo de desenvolvimento portuário e petróleo-gás. Segundo o instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), os investimentos anunciados entre 2010-2015 ultrapassam 98,8 bilhões de reais, sendo o período da história com maior número de projetos já anunciados (i.e.anunciados desde 2010). A cada obra concretizada, pelos formatos atuais, nossa biodiversidade é exaurida!

Precisamos urgentemente de investimentos em novos projetos de pesquisa e monitoramento para descobrirmos nosso litoral Capixaba!



















quarta-feira, 11 de abril de 2012

1° Simpósio Capixaba de Conservação de Fauna e Flora

contece dia 16 a 18 de Maio o 1° Simpósio Capixaba de Conservação de Fauna e Flora no Auditório Manoel Vereza (CCJE) da Universidade Federal do Espírito Santo sob a coordenação da Profª Drª Valquíria Ferreira Dutra e Profª Drª Luciana Dias Thomaz.

Neste evento o Naturalista Augusto Ruschi patrono da Ecologia no Brasil será homenageado pela imensa contribuição para conservação biológica.

O Simpósio Capixaba de Conservação da Fauna e Flora será uma maneira dos pesquisadores e estudantes promoverem trocas de experiências com outros pesquisadores do Brasil, proporcionando uma maior exposição dos trabalhos realizados no estado do Espírito Santo.

O Simpósio estará aceitando resumos até o dia 30/04/2012, mais informações sobre as regras de envio: http://www.siconufes.com/resumos/

A programação contará coma presença do Diretor/Fundador do Instituto Ecomaris participando da mesa redonda sobre a biodiversidade da zona costeira. Segue a programação:


Quarta-feira 
(16 de maio de 2012)
08:00 - 09:00
Credenciamento                                                                                              
09:00 - 09:30

Cerimônia de Abertura
        Prof. Dr. Luciana Dias Thomaz - UFES
        Prof. Dr. Valquíria de Fereira Dutra - UFES
09:30 - 10:30

Palestra 1: Ecologia da Paisagem e Conservação
        Palestrante a confirmar.
10:30 - 11:30

Palestra 2: Conservação do Mico Leão Dourado
        Palestrante a confirmar.
11:30 - 14:00
INTERVALO
14:00 - 15:00
Palestra 3
       Dr. Warley de Souza Borges - UFES
15:00 - 15:30
COFFEE-BREAK
15:30 - 17:00

Mesa Redonda 1: Importância da conservação ex-situ/in situ
        Palestrantes a confirmar.



Quinta-feira
(17 de maio de 2012)
 09:00 - 10:00           
     
Palestra 4:  Conservação dos ungulados em uma paisagem fragmentada
         Msc. Andressa Gatti - UFES/Projeto Pró-Tapir                                                                                         
10:00 - 11:00

Palestra 5: Importância das coleções biológicas para a conservação da biodiversidade
         Prof. Dr. Celso Azevedo - UFES
11:00 - 12:00

Palestra 6: Ictiofauna da Cadeia Vitória-Trindade
          Msc. Raphael Mariano Macieira - UFES/Ictiolab
12:00 - 13:30
INTERVALO
13:30 - 14:30
Apresentação de Painéis
14:30 - 15:30
Palestra 7: 
15:30 - 16:00
COFFEE-BREAK
16:00 - 17:30

Mesa Redonda 2: Conservação da região costeira do Espírito Santo
           Paulo Pinheiro Rodrigues - Fundador/Diretor da ONG Ecomaris
           Prof. Dr. Leonardo Barros Dobbss - UVV


  Sexta-feira  
 (18 de maio de 2012)
09:00 - 10:00
Mesa Redonda 3                                                                                                       
10:00 - 11:30
Palestra 8
11:30 - 14:00
INTERVALO
14:00 - 17:00

Reunião da 4° Jornada capixaba de Botânica
Minicursos teóricos

Sábado    
 (19 de maio de 2012)                                                                             
08:00 - 17:00
Minicursos Práticos
 
 E os minicursos estão disponíveis:
                            RELAÇÃO DOS MINICURSOS
1. Métodos de Captura da Mastofauna na EBSL 
2. Métodos ecológicos para avaliação em vegetação no Manguezal
3. Corredores de Biodiversidade e Biologia da Conservação
4. Paleontologia e Conservação
5. Morfologia, Taxonomia e Evolução em Asteraceae

Mais informações e para fazer a inscrição: 
http://www.siconufes.com/